Postagens

Rio Doce

Rio Doce O Rio Doce faz parte da minha história Suas lendas e contos minha mãe ditava Lembranças da infância e de suas estórias Recordações de uma terra que amava Refugiada em Santos contou-me suas lendas O temido afogador do rio - O Cabloquinho D’água A desobediência infantil transformada numa égua - Quem Bate no pai e na mãe vira “Mula sem cabeça” Mas nada me assustava mais do que o diabo Enraizado nas modernas máquinas das usinas Que do  gusa derretido fazia seu banho  macabro Balançando as pontes com suas mobílias Assustava  em Timóteo moradores e meninas Mas o Cão não só aparecia dentro da aciaria Perseguia crianças após os filmes de cinemas Transformava a diversão de muitas fantasias Na maldição do dito progresso, hipocrisias! Por isso os matutos em bailes cantavam no acordeão “Senhora dona de casa, fecha porta e apaga a luz. O demônio tá em casa, vamos rezar o credo em cruz” (Lá em Ipaba, na colina às margens do Rio Doce Está

Eterna sinapse

A vida é muito bonita Tem  seu ciclo próprio Começa no pequenino Encerra nos grãos Que coisa bonita Mas a vida supera seus ciclos Alguns chamam de alma Outros de espírito Ou sinapse, uma memória Seja a força do braço da menina Ildacir Que bate na Marimba arrancando a música Da Cação Artilharia e da Noite dos Mascarados Ou mesmo a boca do Joãozinho  Cobrindo a boquilha de cristal com palheta japonesa do Sax-Alto. Ou mesmo o gabor da menina bailando Em marcha com o Brasão que figura a cor do som E o "Besame Mucho" batido no fuzileiro Acompanhado de surdos e atabaques Harmonizado pelo estalar do prato da Tânia. Quanta saudades... Sim o belo virou sinapse na memória de pessoas E onde quer que elas vão a beleza com elas estão Na alma, no alegre coração, no forte espírito. No pequeno momento, em eterno ciclo. E apesar da vida retornar aos grãos Bem pequenininha no Universo Ela se torna eterna No pequeno sorriso Do choro de uma emoção  Que se transmite a muitos De sensação em sensaç

Perdão humano. Cura divina.

 Na vida, as vezes, erramos por pouco. Os diversos assuntos nos quais embrenhamos nem sempre nos deixa claro o que realmente precisamos e queremos. Os quatros amigos do paralítico queriam vê-lo sarado, pois a doença - naquela época - além de ser incapacitante era acompanhada do estigma social do pecado, ou seja, ter doenças estava relacionado a rejeição divina, doença era a certeza de pecado. E aqueles quatros queriam essa remissão. Mas, talvez, aquele homem poderia estar sofrendo realmente de algo interno não revelado nem aos amigos, um segredo íntimo, ou mesmo algum problema que a complicada mente humana esconde.  As pessoas s sempre tem algo que não se dão conta, que lhes incomodam, sem que as consciências lhes demonstrem. Tal qual o coração de Geazi que corre para os prêmios de Naamã, ou mesmo a mãe aflita que responde ao profeta dizendo: Vai tudo bem! Há sempre algo por de trás das atitudes incompreensíveis. Jesus teve sensibilidade humana para perceber o que ocorreia naquela casa

Epifanía da Fala

De tanto me calarem calei Fiz um silêncio profundo Nem minha alma me ouvia Era um abismo profundo Tamanho o silêncio que fazia Encontrei o abismo profundo A escuridão absoluta do abismo Não era no espaço, além das estrelas, Era o abismo do lado de dentro. Não havia dor nem prazer Alegria nem tristeza Beleza nem feiúra Medo nem segurança Era o silêncio que gritava Rompendo os tímpanos Não era depressão Muito menos euforia Silêncio, Silêncio, Silêncio, Silêncio . O vento não movia as águas desordenadas. Tudo parado ante a escuridão do silêncio. Nada se movia, nada brilhava, nada era. Mas lá dentro nesta imensidão silencioso A voz divina rompeu Sem mexer em nada as águas não moveram Nenhum vento as empurraram  Era um sagrado profundo Pavoroso, tremendo, numinoso E a voz silenciosa eloquente Falou e a única coisa que vi Naquela escuridão profunda Haja luz! E pouco a pouco a orquestra Do nada, ex nihilo, surgiu Aos poucos tudo tomou forma Um todo me env

Quero ter amigos

Quero ter amigos  Quero ter amigos Que ouçam Que escutem Que entendam Quero ter amigos Que vejam Que enxerguem Que compreendam Quero ter amigos Que digam Que falem Que expliquem Expliquem o que é paz Compreendam o que é esperança Entendam que é amor Quero ter amigos cheios de  Paz Esperança  Amor Natalino Rogelio

Nathalia

 19 de Julho - Nathalia  Lembro do dia que conheci minha filha. Foi na sala de Ultrassom da Policlínica Naval de Niterói. Minha esposa entrou na sala para o exame de imagem e eu entrei no vácuo dela, a médica não conseguiu fechar a porta, rsrsrs. Logo a alegria tomou conta de mim, era ela, tão pequeninha, o primeiro gesto que vi foi ela socando a água da bolsa, um mini cruzado aleatório de direita.  Falei comigo mesmo, ela é guerreira!! E eu estava certo. A médica revelou a alegria e também uma preocupação, a placenta estava deslocada e Elaine e Nathalia necessitavam de cuidados especiais e muito repouso. Quando ela nasceu, o supervisor do curso foi na sala de aula e me dispensou para ir ao hospital. Foi o Dr. Serra, marinheiro, "campanha" da Rademaker, antes de anestesiar a Elaine, ligou para meu celular avisando que logo a Nathalia nasceria. Meus "campanhas" da sala de aula se alegraram muito com minha alegria, o Lavoisier, marinheiro, "campanha" de Di
  Há sempre algo por de trás das atitudes incompreensíveis. Na vida, as vezes, erramos por pouco, os diversos assuntos nos quais embrenhamos nem sempre deixa claro o que realmente precisamos e queremos. Geralmente ficamos paralisados por circunstâncias externas sem perceber que o desconforto interno precisa ser tratado. Os quatros amigos do paralítico queriam ve-lo sarado, pois a doença (naquela época) além de ser incapacitante era acompanhada do estigma social do pecado, ou seja, as doenças estavam relacionado a rejeição divina, doenças eram a certeza de pecado, e aqueles quatros queriam essa remissão, mas, talvez, aquele homem poderia estar sofrendo realmente de algo interno não revelado nem aos amigos, um segredo íntimo, ou mesmo algum problema que a complicada mente humana esconde.  As pessoas sempre tem algo que não se dão conta, que lhes incomodam, sem que as consciências lhes demonstrem. Tal qual o coração de Geazi que corre para os prêmios de Naamã, ou mesmo a mãe aflita de Su