Qual a verdadeira data do Natal?
Às vezes fico a pensar. Queremos
ser tão diferentes, tão corretos, tão zelosos ao comemorar as datas festivas do
cristianismo que esquecemos da nossa entrega ao curso desse mundo.
É
hipocrisia ser um “metade contra-cultural”. Ou você é totalmente contra-cultural
ou você segue a cultura desse século.
Qual
seria a diferença entre Jesus nascer em dezembro, ou em setembro? Qual o
problema de se usar como símbolo a árvore de Natal?
Uma
mulher questionou a um judeu sobre o melhor lugar pra se adorar a Deus e o
mesmo respondeu que não se tinha mais lugar correto, mas um espírito verdadeiro
de adoração (Jo 4. 21-24)!
Disputas
religiosas do lugar e do tempo onde Jesus nasceu apenas revela um sentimento
humano (compreensível, pois é humano) de privatização do sagrado. Os mais
“santos”, os mais “corretos”, os mais “espirituais” possuem Jesus ao seu dispor
e só eles “sabem” a data correta que Jesus nasceu!
Nós
humanos somos assim, queremos ser perfeito em nossas imperfeições, esquecemos
que nos apropriamos da cultura que nos cerca e as resignificamos dentro de
nossos valores. Valores cada vez mais consumistas que disfarçamos na hipocrisia
de nossas doações aos pobres, na gorjeta maior ao porteiro, na caixinha da
padaria daquilo que não tem mais uso para nós. Esquecemos que usamos nossa
roupa nova, nossos brinquedos novos, nossos “Tablets” simplesmente para
demonstra “status” de consumidor.
Lembro-me
de minha infância, ao visitar meus avós em Minas Gerais. Na hora do almoço as
crianças pegavam seus pratos de comida, se fixavam enfrente dos portões e ali
comiam. Eu tinha cerca de seis a sete anos, 1973. Um hábito muito diferente do
meu, pois eu comia na mesa. Naquela época poder comer um feijão batido no
liquidificador da vizinha era símbolo da prosperidade. E hoje?
Desconsideramos
o ano litúrgico estabelecido nos primórdios da Igreja, porém saímos com “nossos
pratos nas mãos”, pra frente de nossas casas para ostentar aquilo que temos,
movidos pelo sentimento coletivo de politicamente corretos, por consumir as quinquilharias
e bugigangas da “Babilônia”(Ap 18) que jogaremos fora antes do próximo natal.
E
qual seria o sentido correto do Natal? A resposta está na Bíblia, o filho de
Deus nasceu num lugar desconhecido, uma estalagem, mais precisamente numa manjedoura,
cercado por pessoas simples como os pastores, recebeu presentes, mas não como
pedinte ou favorecido pela benevolência de alguém, mas quem presenteava o considerava
Rei dos Judeus, os presentes não eram sobras do natal passado mas tiraram do
seus tesouros ouro, incenso e mirra, não eram presentes de consumidor, mas de adoradores. Eles não o buscaram para serem de sua corte, mas porque acreditaram que Deus é conosco (Emanuel). A simplicidade do nascimento do Rei dos reis e Senhor dos Senhores revela seu caráter despojado dos valores de prestigio dos homens. Deus não se preocupa com a riqueza, nem com a pobreza, mas Deus está extremamente preocupado com o amor entre os homens!
Historicamente
as datas não batem, mas os verdadeiros adoradores (não somos profetas, anjos,
donos da verdade) sentem Cristo em seus corações, vivem a esperança de um mundo
melhor e compartilham o amor divino do Pai Celestial. E que esse ato de amor de
Deus possa ser relembrado e praticado pelos homens de boa vontade.
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