Sandália de Dedo




Sandália de dedo
 
                                          Foto Internet


Minha sandália não é havaiana
Nem acompanha ritmo de baiana
Mas na negritude de meus pés
Calço o lixo que vem do convés


O mesmo convés dos negreiros
Disfarçados de padroeiros
Lançam lixos e as carcaças
Sobra que meus pés amordaça.


O que fazer? A não ser tomar
Sob os pés o balanço do mar
Seco, pobre, doentio, sombrio


O que fazer? Quero gritar:
Minhas tristezas e medos
Minha sandália de dedos

autor: Natalino Rogelio Oliveira Soares - dezembro de 2008 





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Perdão humano. Cura divina.

Eterna sinapse